quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Nenhuma reserva! Nenhum recuo! Nenhum pesar!


William Borden sabia que seria herdeiro de grande patrimônio. E quando a riqueza lhe chegasse às mãos, ele estava decidido a doar milhares de dólares para as missões. Em 1904, aos 16 anos, graduou-se na escola secundária e resolveu viajar pelo mundo durante um ano. No decurso dessa viagem seu propósito existencial tomou corpo e sua visão do futuro aguçou-se. Ele aceitou o chamado de Deus para ser missionário. Pouco depois, o pai de Bill faleceu quando ele ainda estava na faculdade. Os parentes esperavam que ele se encarregasse dos negócios familiares. Mas Bill já tinha feito sua decisão. Estava disposto a abrir mão de sua fortuna e mesmo dos bens que poderiam ser usados para a glória de Deus, a fim de obedecer ao chamado divino. Tendo tomado firme resolução, escreveu numa folha da Bíblia: “Nenhuma Reserva.” Quando se formou no seminário, seus amigos e familiares propuseram-lhe uma alternativa: Por que não ficar nos Estados Unidos e servir a Deus como pastor? Como ministro ele certamente poderia fazer uma grande diferença, além de treinar missionários e enviá-los ao campo. “Por que se lançar num campo estrangeiro?”, argumentaram. Bill orou e acrescentou numa página em branco, no início de sua Bíblia, a frase: “Nenhum recuo.” A oração constante de Bill era para que a vontade de Deus fosse cumprida em sua vida. Viajou ao Egito com a bênção de sua família. “Todos tínhamos a certeza de que ele teria um longo e proveitoso ministério”, disse sua mãe. Mas dentro de quatro meses após sua chegada no Cairo, ele adoeceu e morreu. Em II Coríntios 4:1-14, Paulo nos lembra que todo ministério é uma questão de graça e misericórdia. Nenhum de nós tem algo de que se gabar. Não passamos de “servos inúteis..., porque fizemos somente o que devíamos fazer” (Lucas 17:10). A despeito de nossa elevada e costumeira auto-estima, Deus realmente não precisa de nós; mas Sua misericórdia nos habilita ao envolvimento com o divino chamado. O cumprimento da tarefa apostólica não é nossa responsabilidade, porém de Deus, e podemos sempre nos maravilhar de que Ele esteja disposto a usar pessoas como nós. Ele nunca nos chama para sermos bem-sucedidos, mas para sermos fiéis. O sucesso é responsabilidade divina e não humana.Assim, nada temos de pessoal para defender, apenas a missão de proclamar Jesus. Como William Borden, podemos ser envolvidos pela paixão com relação aos povos ainda não alcançados, o que atende à tarefa apostólica.Alguns dos que lêem este artigo têm já respondido ao chamado para o serviço justamente onde se encontram. Outros esperam ouvir a convocação divina. Alguns ainda podem estar fugindo ou evitando o chamado específico de Deus. O fato é que todos somos chamados, de um modo ou de outro, para a tarefa apostólica de posicionar cristãos e fundar igrejas em lugares onde não existem nem uns nem outras, e levar o evangelho de Jesus Cristo a toda nação, tribo, língua e povo. Como William Borden sabia, essa é a tarefa essencial da igreja. Tudo o que fazemos como cristãos deve enfocar ou promover essa empreitada apostólica. O corpo de William Borden foi posto num caixão de pinho, com sua Bíblia sobre o peito. O féretro foi enviado para a casa de sua família em Chicago. Na Bíblia, sua família viu a resposta inicial ao chamado de Deus: “Nenhuma reserva”; e então o compromisso: “Nenhum recuo”; e, finalmente a resolução escrita no dia anterior à sua morte: “Nenhum pesar.” Isso é servir a Deus com paixão apostólica: uma vida “sem reservas”, “sem recuos” e “sem pesares”.

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