A Fé por Soren Kierkegaard

“A fé é a maior aventura existencial.
Para os fracos, ela constitui abrigo, segurança.
Para os fortes, a fé é uma aposta, uma aventura arrojada, um mergulho no Desconhecido.
A fé do fraco é acomodação às circunstâncias, sujeição ao que se julga imutável.
A fé do forte é a certeza da superação de todas as circunstâncias, de algo maior do que as limitações do presente, a antecipação de um futuro aparentemente improvável.
Tem razão Kierkegaard: ‘Sem risco não há fé e quanto maior o risco tanto maior a fé’.
A fé não é a afirmação do absurdo,
mas a conscientização de que o absurdo é não ter fé!”

Kierkegaard novamente simplifica:
"Creio, porque é absurdo"

O Silêncio de Deus

Às vezes quando Deus se cala diante de nós, sempre vem uma frustração,uma avaliação pessoal sobre como temos andado,em que temos falhado,como está nosso comportamento,como se ele se dirigisse á nós pelo nosso desempenho e não pela sua graça.Essa semana o senhor me fez lembrar de uma oração que demorou um tempo pra ser respondida ,mais esse tempo foi tão essencial e crucial na minha vida,que o silêncio do senhor decidiu uma boa parte do meu futuro e muito do que estou vivendo hoje.Todas as vezes em que me encontro nessa situação, em que não á outra saída a não ser esperar no senhor me vejo debilitada e fraca,mais são nesses momentos que eu vejo ele operar algo profundo e eterno,são nesses momentos que nossa expectativa se vira totalmente pra ele,e que qualquer movimentação de Deus se transforma em esperança.Mesmo não percebendo sempre, Deus cuida tanto de nós e quando somos paralisados por ele,é o momento em que ele esta agindo.Ele age no tempo dele,que é sempre o tempo certo.Hoje em dia tantas vozes proféticas ecoam sobre nós,sempre tantas coisas estão acontecendo na igreja,em nossas vidas.Li um artigo interessante do escritor C.S Lewis em que ele retrata um pouco do que quero dizer,nesse artigo ele descreve que várias pessoas o perguntavam sobre oração,e relatavam que não acreditavam como Deus poderia responder a várias orações que estão sendo direcionadas a ele ao mesmo tempo,ele diz que"Muitos de nós podemos imaginar Deus atendendo a vários peticionários,se somente eles viessem de um por um,e se ele tivesse um tempo infinito para atendê-los.Mas o que não conseguimos entender é como Deus pode consertar as coisas em um único momento,mais isso é o que acontece conosco porque nossa vida acontece de momento a momento, e é assim que entendemos o tempo.Nós tendemos a assumir que todo o universo, e até o próprio Deus estão sempre mudando do passado ao futuro,como nós fazemos.Mas Deus não esta submetido ao tempo como nós estamos.Sua vida não consiste de momentos seguidos por outros momentos. Qualquer momento desde a criação ao fim do mundo para Deus é sempre o presente. Suponhamos que eu esteja escrevendo um romance. Eu escrevo: "Mary fechou o livro. No momento seguinte veio uma batida a porta"Para Mary que vive no tempo imaginário de minha história,não há intervalo entre fechar o livro e ouvir a batida na porta.Mas eu, o criador dela, entre escrever a primeira parte e a segunda,posso ter saído por horas e ficar um tempo pensando sobre o que acontecerá em minha história.Deus tem uma atenção infinita reservada para cada um de nós.E ele não nos trata com uma massa.Você esta sozinho na companhia dele como se fosse um único ser que ele tivesse criado".
Quando li esse artigo foi uma época em minha vida em que Deus estava em silêncio.por isso este artigo me confortou tanto.Deus nos ama tanto que trata individualmente com nossa personalidade,nosso caráter,nosso temperamento.Nossos pontos de vista tem de ser mudados temos que nos igualar ao comportamento de Cristo e não agir conforme a nossa natureza, ele nos criou conforme sua imagem e semelhança e quer que nós venhamos a ter as virtudes de Cristo,por isso ele nos trata com tanta cumplicidade.Nossa vida cristã é um processo e é ele que nos transforma,porque a sua vontade é melhor que a nossa, e o querer dele é o nosso destino.Escreve aqui na terra senhor sua história através de mim

Nenhuma reserva! Nenhum recuo! Nenhum pesar!

William Borden sabia que seria herdeiro de grande patrimônio. E quando a riqueza lhe chegasse às mãos, ele estava decidido a doar milhares de dólares para as missões. Em 1904, aos 16 anos, graduou-se na escola secundária e resolveu viajar pelo mundo durante um ano. No decurso dessa viagem seu propósito existencial tomou corpo e sua visão do futuro aguçou-se. Ele aceitou o chamado de Deus para ser missionário. Pouco depois, o pai de Bill faleceu quando ele ainda estava na faculdade. Os parentes esperavam que ele se encarregasse dos negócios familiares. Mas Bill já tinha feito sua decisão. Estava disposto a abrir mão de sua fortuna e mesmo dos bens que poderiam ser usados para a glória de Deus, a fim de obedecer ao chamado divino. Tendo tomado firme resolução, escreveu numa folha da Bíblia: “Nenhuma Reserva.” Quando se formou no seminário, seus amigos e familiares propuseram-lhe uma alternativa: Por que não ficar nos Estados Unidos e servir a Deus como pastor? Como ministro ele certamente poderia fazer uma grande diferença, além de treinar missionários e enviá-los ao campo. “Por que se lançar num campo estrangeiro?”, argumentaram. Bill orou e acrescentou numa página em branco, no início de sua Bíblia, a frase: “Nenhum recuo.” A oração constante de Bill era para que a vontade de Deus fosse cumprida em sua vida. Viajou ao Egito com a bênção de sua família. “Todos tínhamos a certeza de que ele teria um longo e proveitoso ministério”, disse sua mãe. Mas dentro de quatro meses após sua chegada no Cairo, ele adoeceu e morreu. Em II Coríntios 4:1-14, Paulo nos lembra que todo ministério é uma questão de graça e misericórdia. Nenhum de nós tem algo de que se gabar. Não passamos de “servos inúteis..., porque fizemos somente o que devíamos fazer” (Lucas 17:10). A despeito de nossa elevada e costumeira auto-estima, Deus realmente não precisa de nós; mas Sua misericórdia nos habilita ao envolvimento com o divino chamado. O cumprimento da tarefa apostólica não é nossa responsabilidade, porém de Deus, e podemos sempre nos maravilhar de que Ele esteja disposto a usar pessoas como nós. Ele nunca nos chama para sermos bem-sucedidos, mas para sermos fiéis. O sucesso é responsabilidade divina e não humana.Assim, nada temos de pessoal para defender, apenas a missão de proclamar Jesus. Como William Borden, podemos ser envolvidos pela paixão com relação aos povos ainda não alcançados, o que atende à tarefa apostólica.Alguns dos que lêem este artigo têm já respondido ao chamado para o serviço justamente onde se encontram. Outros esperam ouvir a convocação divina. Alguns ainda podem estar fugindo ou evitando o chamado específico de Deus. O fato é que todos somos chamados, de um modo ou de outro, para a tarefa apostólica de posicionar cristãos e fundar igrejas em lugares onde não existem nem uns nem outras, e levar o evangelho de Jesus Cristo a toda nação, tribo, língua e povo. Como William Borden sabia, essa é a tarefa essencial da igreja. Tudo o que fazemos como cristãos deve enfocar ou promover essa empreitada apostólica. O corpo de William Borden foi posto num caixão de pinho, com sua Bíblia sobre o peito. O féretro foi enviado para a casa de sua família em Chicago. Na Bíblia, sua família viu a resposta inicial ao chamado de Deus: “Nenhuma reserva”; e então o compromisso: “Nenhum recuo”; e, finalmente a resolução escrita no dia anterior à sua morte: “Nenhum pesar.” Isso é servir a Deus com paixão apostólica: uma vida “sem reservas”, “sem recuos” e “sem pesares”.

Cristianismo

No primeiro século, por volta do ano 30,um movimento foi iniciado por um grupo de judeus,que insistiam que o seu rabino,um homem chamado Jesus da região da Galiléia em Israel, havia retornado da morte após ser crucificado pelo Império Romano.Eles alegavam que após a sua ressureição,eles o viram e que haviam,conversado e feito refeições com ele. E então disseram que ele ascendera ao céu e que um dia ele retornaria.Nessa época, o mundo era governado pelo império romano.Uma potência gigante militar e global,o império romano dominava o mundo da Inglaterra a Índia.E um dos deuses mais populares do império romano era o deus Mitra.Os seguidores de Mitra acreditavam que Mitra nascera de uma virgem,que era um mediador entre deuses e seres humanos, e que Mitra ascendera ao céu.Outra religião popular da época baseava-se no deus Átis.Os seguidores de Átis acreditavam que Átis nascera de uma virgem e a cada primavera se reuniam para comemorar sua ressureição.O que nos leva de volta ao império romano,que era governado por uma sucessão de imperadores chamados “César”.O primeiro foi Júlio César,e quando morreu um cometa apareceu no céu e o povo disse:”Bem,claro,é o Júlio César o filho de um deus ascendendo á mão direita dos deuses no paraíso.”Logo após,César Augusto,filho adotivo de Júlio César assumiu o poder e César Augusto acreditava que era o filho de deus,enviado pelos deuses á terra para estabelecer um reino universal de paz e prosperidade.Um dos seus slogans de propaganda era:”Não há nenhum outro nome sob os céus pelo qual as pessoas salvas a não ser o nome de César”.César ordenou uma comemoração de 12 dias pelo seu aniversário chamada de advento de César.Outra frase popular na época,as pessoas saudavam umas as outras nas ruas dizendo:”César é divino.” Então no primeiro século alegar que seu deus retornara da morte e ascendera ao céu,não era tão singular.As alegações dos primeiros cristãos não eram uma novidade.O deus de todo mundo retornara da morte.O que torna seu deus tão especial?Mas esses cristãos acreditavam que a ressureição de Jesus tinha repercussões em todo o universo.A sua tradição os ensinara que o mundo estava despedaçado desesperadamente de um conserto e que algum momento no futuro ,Deus reuniria todos os pedaços.Mas para eles,esta futura restauração não tinha conexão com uma partida deste mundo,era puramente uma restauração,a renovação e a recuperação deste mundo.Então eles viram na ressureição de Jesus o principio deste movimento universal de recolocar todos os pedaços no lugar.Bem é claro que isto os colocou em conflito direto com o Império Romano já que,lembrem-se para os Césares tudo se baseava na crença de Césarde que ele estava criando um mundo novo e melhor com seu poder,com seu exército e riqueza.Então quando César queria enviar uma mensagem comunicando a todos sua última conquista militar ou alguma realização recente ,ele enviara uma proclamação real informando a população sobre seus feitos recentes.Estas proclamações eram chamadas de “Eungelions” em grego.Um eungelions era como um aviso ou “Boas novas”.Em português soletra-se “euangelion”como “evangélico”.Mas os primeiros cristãos acreditavam firmemente que o mundo não ficaria melhor através do poder militar nem da repressão política.O evangelho que eles viviam não tinha nada a ver com o uso do poder político para forçar as pessoas a viverem de acordo com suas leis.Para eles,esteEvangelho significava servir ao mundo,especialmente áqueles sob o jugo do Império.Para eles,o importante era servir e não dominar.Então eles pegaram o termo “Evangelho” da propaganda do Império e o usaram para descrever o mundo novo que Jesus e seus seguidores estavam criando bem debaixo das barbas do Império.Porque a maneira deles,a maneira de Jesus,era completamente oposta á maneira de Roma.Então temos relatos de como eles viveram,lemos que eles dividiam suas posses,que alimentavam os famintos e carregavam os fardos uns dos outros.Bem,é porque o Evangelho para eles era um estilo de vida.Um mundo completamente novo,bem no meio desse.Bom, César tinha um termo específico,que era usado para uma cidade,um vilarejo ou uma província que adorasse César como o filho de deus,que reconhecesse César como divino.Então,César conquistava uma nova terra com seus exércitos e exigia que o povo admitisse, “César é divino”.Quem não admitisse,bem,era crucificado,para mostras a todos os outros o que acontecia,quando alguém recusava se submeter ao Império.Mas se um grupo aceitasse,se uma cidade ou vilarejo ou região reconhecesse e adorasse César como o filho de deus,como o divino,se eles o aceitassem como salvador,então á área tornava-se um centro de adoração á César.Esses centros de adoração eram chamados de “ekklesia em grego.Apalavra ekklesia pode ser traduzida como “igreja”Então os primeiros cristãos pegaram esse termo ekklesia da propagando do Império para descrever suas reuniões.A reuniões onde eles admitiam,”Jesus é divino”.É claro que o seu estilo de vida e as suas crenças criaram,motivaram o surgimento de várias questões sobre eles.Em quem você acredita? Em César,que acha que um mundo novo e melhor é criado através do poder militar bruto e da força política,forçando as pessoas a fazerem o que ele diz?Ou em Jesus que o convida a fazer um mundo novo e melhor,através de atos amorosos de compaixão e generosidade?
César,que matou Jesus em sua execução,ou Deus,que levantou Jesus dos mortos?
Qual você acha ser a melhor maneira? Quem você acha ser o senhor? Jesus ou César?
Qual é o reino,que você acha mais atrativo?Para eles,o Evangelho era um convite a um estilo de vida totalmente novo.E eles viviam dessa maneira,pois tinham essa compreensão profundamente do que estavam fazendo com suas vidas.Eles autodenominavam-se o corpo de Cristo.E acreditavam que suas comunidades,amorosas,compassivas,generosas,amantes da paz,Jesus estava presente de uma forma além da descrição.Então,eles convidavam pessoas a se reunirem e comerem com eles,para celebrar com eles,sofrer com eles,e,então,eles perguntavam,após terem alimentados os famintos,amando os solitários,e honrando os pobres,eles perguntavam,”Bom você acha que Jesus esta aqui?”Ou,mais especificamente,”Quem voçê acha divino?” Quem esta criando um mundo melhor,César ou Jesus?Eles acreditavam que a igreja era uma mostra viva e vibrante de um mundo completamente novo,que Deus estava criando,aqui e agora.Pois algumas pessoas são ferozes com a realidade,não são?Elas não precisam discursar que estão certas e que todas as outras estão erradas,pois há alguma coisa ocorrendo dentro delas,algo tão poderoso,tão tangível,que você não resiste e lhes faz algumas perguntas.Voçê fica louco pra saber porque elas são daquela maneira.Voçê quer que elas expliquem a razão daquela esperança dentro delas.É porque,quando você esta perto de pessoas assim,você tem a sensação de que está com Jesus de alguma forma, e isso é a igreja.Esse grupo de pessoas que por sua compaixão,sua generosidade,pela graça que eles estendem aos outros,você se descobre acreditando,quando está perto delas,que Deus não abandonou o mundo.Isso é o Evangelho.É isso.O Evangelho é a boa nova que Deus não abandonou o mundo,que a tumba está vazia e que um enorme resgate de ressureição está a caminho e que você faz parte dele.E então,sim,isso tem um aspecto altamente pessoal.Jesus está me salvando,Ele está me salvando dos meus pecados,dos meus erros,do meu orgulho,da minha indiferença ao ao sofrimento do mundo ao meu redor.O meu cinismo e desespero, a fragmentação que eu vejo no mundo,se reflete na minha própia alma,então,ele esta me resgatando a cada momento,a cada dia.Então ele começa na consciência de cada um de nós de que precisamos de ajuda,de salvação,de resgate.Ele começa a nos mostrar,passo a passo,como é colocar carne e sangue nesse evangelho.Pois todos nós falhamos, e essa é a parte bonita.Pessoas fragmentadas,imperfeitas,vulneráveis,como você e eu,são convidadas a serem as mãos e os pés de um Jesus que nos ama exatamente como nós somos e mesmo assim nos ama para nos deixar assim.Eu acredito,pois vejo,Vejo a ressureição ao meu redor. Se as pessoas tivessem a sua vida e fossem perguntadas:”Jesus se levantou dos mortos?”Como responderiam? Ele se levantou? Que você possa responder “Sim” a pergunta.Que você possa vir e ver, que você possa entender, que você é a “Boa Nova”.Voçê é o Evangelho.